sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sejamos reconhecidos, gratos e generosos para com o Menino Jesus!


O Natal marca o nascimento do Menino Jesus, de Maria Virgem!

Ele veio ao mundo para nos remir e tornar possível nossa salvação eterna.

Quem faria isso por nós?

Se estamos vivos, devemos a Ele.

Se temos bens , devemos a Ele.

Se temos saúde, devemos a Ele.

Se estamos sofrendo, é para angariarmos tesouros no Céu, junto a Ele.

Se temos a oportunidade de nos salvar eternamente, é pelos méritos dEle.

Não nos esqueçamos que o Natal é a festa dEle.

Que o Natal é para nos unirmos em espírito a Ele.

Para agradecermos a Ele.

Para renovar o oferecimento de nós mesmos a Ele.


Sejamos gratos, reconhecidos e generosos para com Ele.

Não tenhamos para com Ele um coração de pedra, por isso, não enxotemos a Ele...

...como, ó ingratidão suprema, faz a imensa massa dos homens.

domingo, 26 de setembro de 2010

As janelas da alma

Plinio Corrêa de Oliveira foi o melhor analista de fisionomias que conheci. Quando descrevia olhares era de um acerto impressionante. Tive o privilégio de assistir várias de suas análises. Quem sabe se ele, do céu onde creio piamente que se encontra, me socorre nesta tentativa.

Poder-se-ia dizer que os olhos são as janelas da alma, no sentido em que, esta se reflete neles de maneira a se revelar a quem os perscruta.

O olhar da Jacinta, vidente de Fátima, é impressionante antes de tudo pela sua seriedade ultra-precoce. Como pode uma menina que morreu com 9 anos ter um olhar tão maduro como este? Convém lembrar que ela viu Nossa Senhora pelo menos 6 vezes, a mais alta das criaturas, inferior apenas ao Homem Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Neste sentido, podemos dizer que ela viu o Céu.

Ademais ela pode ver também o inferno em julho de 1917, revelado por Nossa Senhora com a intenção de favorecer sua santificação e de que o descrevesse ao mundo.

Em terceiro lugar, ela teve visões de Nossa Senhora e de aspectos de castigo particulares, independente dos outros dois pastorinhos.

É um olhar de quem levou inteiramente a sério tudo o que viu, de suma compenetração da gravidade da situação e das suas conseqüências. Diria mesmo, um olhar de aflição com relação à importância que se deve dar à mensagem.

Estes olhos cobram! Cobram a adesão inteira à Mensagem de Fátima e, portanto, a conversão e a fidelidade aos pedidos que Nossa Senhora fez.

É um olhar de quem se entregou inteiramente a Deus e resolveu nunca mais pecar. Mais do que isso, tomou a si sofrer tudo o que Deus lhe pediu para converter os pecadores.

Que pecadores? Nós. Eu que escrevo e você que faz o sacrifício de ler este texto. E todos os que devem levar a sério os apelos de Fátima.

Por isso, é lógico dizer, este olhar extraordinário é especialmente para nós católicos destes tristes dias. Para que sejamos fiéis e nos livremos do inferno. Admiremo-lo e abramo-nos para seus incitamentos.

Já o olhar comum às outras crianças que aparecem na outra foto não têm nada do olhar da Jacinta. Superficiais, inconseqüentes, otimistas, ocos. Reflexo do que há de mais comum em nossos dias. Dá pena ver tanto alheamento ao sentido mais profunda da realidade.

O terceiro olhar é sinistro. Trata-se do olhar do ateu comunista José Saramago, cuja vida foi pautada em afirmar seu ateísmo e em combater as coisas de Deus. Ele reflete a existência de alguém que se negou a assemelhar-se ao seu Criador e cumprir o plano divino exclusivo que Deus tinha para ele.

Seu olhar reflete a desesperança, a tristeza de quem não se preocupou em crescer na virtude para o momento supremo da existência, que é o encontro com Nosso Senhor no juízo particular.

Como toda a existência de uma pessoa pode se refletir e ser percebida num olhar...!

Bem aventurada Jacinta rogai por nós, para que nos convertamos inteiramente, nos santifiquemos e nos livremos do inferno.

sábado, 28 de agosto de 2010

Ecologismo asfixiante x Sabedoria



Não faz muito tempo, uma viagem inesperada me obrigou a voltar para casa de madrugada. Eram mais de 3 horas quando entrei na “selva de pedra” praticamente sem trânsito. Foi rápido.

Exausto, cumpri na íntegra o ritual dos civilizados, rezei, deitei-me e apaguei a luz.

Antes que o sono me assaltasse, ainda pude ouvir, reprovando, o ruído de um ônibus arrancando de um ponto; não tardou foi a sirene de uma ambulância; como fundo constante no ambiente, um zumbido ininterrupto dos automóveis.

Pensei comigo, que castigo esses sons agressivos da noite megalopolitana! Que saudades dos pacatos silêncios interioranos das pequenas cidades.

Quase dormido, ouço sair do fundo escuro da cidade de concreto, um cântico melódico, um pouco melancólico, mas cheio de ordenação, de paz.

Um sabiá, arrostando o ateísmo pétreo do Moloch de cimento, postado no galho de um flamboyant, canta a plenos pulmões.

Seguro de si, não se envergonha do antiquado canto que lança no ambiente. Despreza a brutal contradição entre a frieza radical da cidade onde vive, e o seu canto cheio de encantadora e poética simplicidade.

É incrível, mas o cântico do sabiá laranjeira, tem uma capacidade de rasgar a escuridão e levar um pouco de tranqüilidade ao homem não indiferente. Basta ser um crítico objetivo da pseudo civilização atual e sensível às autênticas belezas da natureza para fruir essa delícia.

Apesar de tanta coisa que me desagrada na feia cidade de concreto, pensei, gosto imensamente da mensagem que o canto do sabiá me tráz.

De onde vem tanta graça?

O sabiá, não peca contra Deus. Cumpre ele o papel que Deus lhe deu. Não existe contradição de natureza nem de comportamento nele. Eu diria que ele é feliz; muito feliz.

Toda a sua ordenação e harmonia se traduzem melodicamente na mensagem que de tão agradável nos estimula a buscar compreende-la melhor. Tentemos.

Se a ordenação do pequeno sabiá com relação ao fim para o qual foi criado se traduz tão bem no seu gracioso solo musical, que sinfonia emite espiritualmente a alma do homem que cumpre da mesma forma o que dele deseja o Criador!?

Essa é a sinfonia que está apagada no mundo e que precisa voltar a tocar. Vivemos na cacofonia da contradição com nossa finalidade. Longe de Deus, a sociedade perdeu o seu mais belo espetáculo sinfônico, a civilização cristã.

Que interessante relação simbólica entre a natureza e os homens.

Nesse momento me dei conta que os ecologistas se mostram defensores da natureza, mas não se encantam com as belezas que Deus colocou nela. Flagrante contradição.

Na realidade, o seu intuito principal é, sob o pretexto de defender a natureza (nada mais razoável desde que feito com sabedoria), estabelecer ferramentas que subjuguem os homens, as quais se têm mostrado cada vez mais asfixiantes da alma humana. Isso não é amar a natureza, é odiar o homem.

Deus fez do homem o rei da natureza. Através do homem a natureza pode dar o melhor de si, mas para isso o homem tem que ser amigo de Deus, amá-lO e cumprir o que Ele pede. Só assim o homem será realmente HOMEM e a natureza dará o seu grande.

Agradeci a Deus o pensamento e adormeci comprazido.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A aristocrata SIM, as loucas NÃO!

Quanto mais a alma humana se eleva em direção à perfeição, mais ela se assemelha Deus. Para muitos, dizer isso é uma evidência. Mas, infelizmente, para a maioria não. Sobretudo a afirmação de que a Idade Média foi a era histórica mais voltada para o único e verdadeiro Deus. A Doce Primavera da Fé, como foi chamada por certo escritor do Século XIX, acumulou em si, à maneira do urânio enriquecido, uma potencialidade de elevação sem precedentes.

Infelizmente a Idade Média decaiu por obra da Revolução gnóstica e igualitária detonada pelo protestantismo.

Contudo, como um eco da Idade Média, ou como o segundo estágio de um fogo de artifício, a elevação de maneiras, de estilos, de categoria desabrochou no Ancién Regime, a era mais aristocrática da história.

Especialmente na França, o aristocratismo brilhou como uma luz magnífica. O senso das medidas, das proporções, da oportunidade, em suma, o acerto em matéria do viver social foi o distintivo dourado daquela nação, tão adequadamente chamada a filha primogênita da Igreja.

O quadro de Maria Antonieta, pintado por Madame Vigée Le Brun, mostra a rainha grandiosa como um monumento. Dizia Dr. Plinio Corrêa de Oliveira que Maria Antonieta era o cisne do gênero humano.

Quantas qualidades reunidas numa só pessoa!

Para não alongar, meu objetivo é chamar a atenção para o aspecto mais secundário da figura da bela Rainha, o sapato. Sim, não pasmem: o sapato!

Que leveza, que categoria, que nobreza. Parece um ponto final colocado no último verso de um poema. Ele não está ali para chamar a atenção, mas completa com um toque ligeiro o peso da monumentalidade do vestido proporcionando-lhe um “pouso” leve.

Dir-se-ia que é preciso ter aquela cabeça, aquele busto, aquela realeza, aquela grandeza, para ter aquele pé.

Vejamos agora alguns exemplares de sapatos que a moda vai introduzindo, impondo.

A tônica é o extravagante mais atrevido, o ilógico mais rombudo, a ausência de equilíbrio mais evidente. Para que isso?

Quando a Revolução Francesa cortou a cabeça de Maria Antonieta, cortou, num certo sentido, a seiva que nutria a imensa árvore da nobreza e da aristocracia. Posteriormente, à maneira de galhos de uma árvore seca, os tronos da Europa foram caindo uns após outros como dominós, e junto com eles o aristocratismo.

Vieram as repúblicas, as democracias, o socialismo, o comunismo e agora o tribalismo. Nesse período o aristocratismo passou por uma longa e dolorosa agonia.

Hoje assistimos à tentativa de fazer a eutanásia dos valores que caracterizam a elevação do homem: a categoria, a finura, o gosto do primoroso, do equilibrado etc.

Com que objetivo?

Levar os homens à loucura.

Quando as pessoas não notarem mais a loucura de certos procedimentos contemporâneos, estarão tomados por ela. E a pressão da moda no sentido de enlouquecer é tão despótica e brutal nada diferente de uma arena cheia de feras.

Lembro aqui a frase tão conhecida de Ruy Barbosa:

- De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)

Não desanimemos da virtude, saibamos manter a honra, para não acabarmos sentindo vergonha de sermos normais.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Triunfo de Nosso Senhor no domingo de Ramos


Como são benfazejos para o povo os andores e as procissões da Semana Santa segundo o enfoque multi-secular da Liturgia Tradicional!

E como as palavras de Plinio Corrêa de Oliveira projetam uma luz nova e viva sobre uma tradição perseguida e deturpada pelos erros progressistas, miserabilistas, tribalistas etc.

Parabéns ao autor do audiovisual, Sr. Luis Dufaur, que soube somar várias coisas boas obtendo um resultado ótimo!


segunda-feira, 1 de março de 2010

O Restaurante, o Órgão e o Monge


Ir a um bom restaurante, não necessariamente caro, é próprio ao homem que aprecia os bons paladares da culinária; compreende êle que se trata de uma autêntica arte. Um prato bem elaborado, com acerto na harmonia de seus elementos e precisão no tempo de preparação, pode justificar um sacrifício pecuniário para ser degustado.

Dizem os franceses: há restaurantes que justificam uma parada, há outros que justificam um desvio e há alguns que justificam uma viagem.

Entra-se num restaurante para restaurar as forças. Contudo, poucos freqüentadores explicitam que a restauração é também e sobretudo de caráter espiritual. Basta observar a fisionomia com a qual alguém chega a um restaurante e a fisionomia que a mesma pessoa expressa ao sair.

A restauração do espírito começa com a impregnação do ambiente. Quando se resolve ir a um restaurante, pensa-se num prato e ao mesmo tempo no ambiente. E parece-me não errar ao afirmar que as prateleiras com as garrafas de bebidas têm um papel primordial na ação de influência sobre o gastrônomo. Refiro-me aos destilados e aos fermentados. Refrigerantes estão fora disso, especialmente a Coca-Cola.

Considero sempre o caso de um apreciador equilibrado e temperante, aquele cuja vontade bem estruturada tem domínio sobre sua vontade e sensibilidade, e no seu espírito prevalecem, muito bem combinadas, a capacidade admirativa e o senso das medidas.

Como é agradável admirar aquele conjunto de garrafas de aspectos personalizados, com rótulos evocativos de belas tradições, contendo líquidos finamente elaborados durante períodos de tempo cuidadosamente observados, a partir de criativos elementos, com cores as mais sugestivas para os seus aromas e sabores. Cognac, Wisky , Ginn, Vodka, Aguardente Velha etc., são títulos dessa elite líquida.

Tem-se a impressão de que cada garrafa contém o segredo de um conteúdo exclusivo, com uma personalidade própria, uma tradição própria, um “perfume” próprio. Em outras palavras, cada garrafa parece afirmar: “Eu levo dentro de mim um tesouro único, por isso sou eu mesma, sou diferente das outras; levo em mim a minha própria história, que me confere o direito de me expor nesta prateleira afirmando que sou digna de apreciadores realmente credenciados, capazes de compreender quantos valores eu carrego”.

Há ainda, nessa nobre corte, a refinada categoria dos licores. Freqüentemente suas garrafas parecem portadoras de luzes coloridas tão densas que só permitem serem saboreadas em doses bastante comedidas. Chartreuse, Dom Benedictine, Mozart, Amaretto di Sarono...

O mais interessante é que as garrafas não brigam entre si, mas constituem uma grande harmonia. Assim consideradas as coisas, a estante acaba trazendo ao espírito a analogia com um órgão de tubos, com suas inúmeras harmonias sonoras, ora predominando os agudos, ora os graves, ora os fortes, ora os pianos.

Essa impressão parece mais intensa e profunda quando se tratam de garrafas de vinho ou de champagne.

Ao analisarmos uma garrafa de um bom vinho, temos a impressão de que, preenchida com uvas de cepas seculares, ela veio ao mundo desde uma cave profunda, penumbrosa, silenciosa, fresca, onde, durante um prolongado período, o seu conteúdo foi se aprimorando, mais ou menos como um monge que, num claustro isolado do mundo, no recolhimento e na elevação do espírito, santifica a alma antes de subir ao Céu.

Nos vinhos encanta a musicalidade dos nomes: Quinta do Vale Meão, Bourgogne Couvent, Marqués de Arviza...

Um aristocrata saberá encontrar num bom vinho a expressão de valores morais e metafísicos. Se ele ama a Deus, descobrirá reflexos do Criador na bebida e compreenderá porque o primeiro milagre de Nosso Senhor foi transformar, em Caná, centenas de litros de água no mais excelente vinho que se possa imaginar. Mais ainda, ele o degustará compreendendo por que o vinho foi escolhido para, após a Consagração, tornar-se o Preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo.

Já o burguês saberá que se trata de algo que possui valores, comprará e até pagará caro a sua aquisição, mas terá menos facilidade para alçar-se às regiões freqüentadas pelas “águias do espírito”.

Algum socialista ou comunista característico, igualitário por definição, mas tão freqüentemente dono de polpudíssima carteira e vivendo nababescamente, se encharcará de tanto beber um bom Romanée, por exemplo, pouco se importando com os valores que aquela requintada bebida oferece. Afinal, ele odeia aqueles valores que falam de elevação e de espírito; ele quer o prazer bruto, destemperado, glutão, em uma palavra, chão. Nada mais igualitário.

Os limites deste artigo me impedem de abordar um outro mundo maravilhoso. O dos copos, taças e cálices de cristal próprios a cada tipo de bebida. É um outro “teclado” de harmonias desse mundo harmonicamente hierárquico cheio de valores.

Antes de terminar, agrada sobremaneira saber que haja um número crescente de degustações de vinhos feitas por pessoas interessadas em ressuscitar os valores tradicionais dessas maravilhas.

Sim, porque indiretamente estão reconhecendo o quanto valem as famílias tradicionais, sem as quais maravilhas assim seriam praticamente impossíveis; estão reconhecendo o valor do espírito aristocrático, que torna possível a compreensão desses valores sutis próprios às pessoas refinadas, e que acabam se dando conta de que necessitamos de uma sociedade com elite e tradição autênticas, harmonicamente desigual, e não de um igualitarismo achatado, sem harmonia e sem valores do espírito.

Indiretamente reconhecem o bem enorme que o próprio “populino” aufere com a existência de pessoas com reais qualidades culturais.

Conforme explica Plinio Corrêa de Oliveira em seu famoso livro “Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana”, é de uma renovada aristocracia, que inspire nos mais simples os valores morais e espirituais realmente culturais, que o Brasil mais necessita.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Um código para quem "tem" alma

Em 5 de janeiro p.p. a Folha de São Paulo publicou, na coluna de Rubem Alves a seguinte texto de Octávio Paz intitulado: Os dois tempos


"Todos os dias atravessamos a mesma rua ou o mesmo jardim; todas as tardes nossos olhos batem no mesmo muro avermelhado, feito de tijolos e tempo urbano. De repente, num dia qualquer, a rua dá para outro mundo, o jardim acaba de nascer, o muro fatigado se cobre de signos. Nunca os tínhamos visto e agora ficamos espantados por eles serem assim: tanto e tão esmagadoramente reais. Não, isso que estamos vendo pela primeira vez já havíamos visto antes. Em algum lugar, no qual nunca estivemos, já estavam o muro, a rua, o jardim. Parece que nos recordamos e quereríamos voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiquíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Um sopro nos golpeia a fronte. Estamos encantados, suspensos no meio da tarde imóvel. Adivinhamos que somos de outro mundo".

Confesso que ao ler o texto acima me senti consolado. Há gente hoje em dia que capta essa mensagem especial que são os tesouros inestimáveis da tradição.

É ou não é verdade que sem tradição não há vida, não há sonho, não há poesia?

Querem a prova mais palpável disso?

Basta postar-se, por exemplo, numa mesinha de bar na calçada da Av. Paulista e ficar analisando as pessoas que passam.

Que vazio! Que frieza! Que alienação!

Corre corre, interesses materiais, aflições, angústias depressões... É comum.

“Graças” à televisão, à internet, ao marketing etc. as pessoas se esqueceram que têm alma. Esquecendo-se que têm alma, desligaram-se da maior fonte de alegria e de felicidade que, paradoxo, levam dentro de si.

O sensual busca a felicidade na exacerbação da sensualidade, o materialista no acúmulo de dinheiro, o esquerdista nas teorias atéias igualitárias, o padre moderno no social abandonando o espiritual e daí para fora. Todos fracassam.

A felicidade está em saber ler a mensagem autêntica que as coisas portadoras de valores nos revelam e viver em consonância com tais valores.

Não é supérfluo lembrar que os valores autênticos são os valores divinos, reflexos da infinitude de Deus, de Sua graça, de Seu poder, de Seu direito de ser conhecido, amado e servido por todos os homens Suas criaturas.

O que não é isso, diz Santa Teresa: "...não passa de ilusão e aflição de espírito".