domingo, 26 de setembro de 2010

As janelas da alma

Plinio Corrêa de Oliveira foi o melhor analista de fisionomias que conheci. Quando descrevia olhares era de um acerto impressionante. Tive o privilégio de assistir várias de suas análises. Quem sabe se ele, do céu onde creio piamente que se encontra, me socorre nesta tentativa.

Poder-se-ia dizer que os olhos são as janelas da alma, no sentido em que, esta se reflete neles de maneira a se revelar a quem os perscruta.

O olhar da Jacinta, vidente de Fátima, é impressionante antes de tudo pela sua seriedade ultra-precoce. Como pode uma menina que morreu com 9 anos ter um olhar tão maduro como este? Convém lembrar que ela viu Nossa Senhora pelo menos 6 vezes, a mais alta das criaturas, inferior apenas ao Homem Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Neste sentido, podemos dizer que ela viu o Céu.

Ademais ela pode ver também o inferno em julho de 1917, revelado por Nossa Senhora com a intenção de favorecer sua santificação e de que o descrevesse ao mundo.

Em terceiro lugar, ela teve visões de Nossa Senhora e de aspectos de castigo particulares, independente dos outros dois pastorinhos.

É um olhar de quem levou inteiramente a sério tudo o que viu, de suma compenetração da gravidade da situação e das suas conseqüências. Diria mesmo, um olhar de aflição com relação à importância que se deve dar à mensagem.

Estes olhos cobram! Cobram a adesão inteira à Mensagem de Fátima e, portanto, a conversão e a fidelidade aos pedidos que Nossa Senhora fez.

É um olhar de quem se entregou inteiramente a Deus e resolveu nunca mais pecar. Mais do que isso, tomou a si sofrer tudo o que Deus lhe pediu para converter os pecadores.

Que pecadores? Nós. Eu que escrevo e você que faz o sacrifício de ler este texto. E todos os que devem levar a sério os apelos de Fátima.

Por isso, é lógico dizer, este olhar extraordinário é especialmente para nós católicos destes tristes dias. Para que sejamos fiéis e nos livremos do inferno. Admiremo-lo e abramo-nos para seus incitamentos.

Já o olhar comum às outras crianças que aparecem na outra foto não têm nada do olhar da Jacinta. Superficiais, inconseqüentes, otimistas, ocos. Reflexo do que há de mais comum em nossos dias. Dá pena ver tanto alheamento ao sentido mais profunda da realidade.

O terceiro olhar é sinistro. Trata-se do olhar do ateu comunista José Saramago, cuja vida foi pautada em afirmar seu ateísmo e em combater as coisas de Deus. Ele reflete a existência de alguém que se negou a assemelhar-se ao seu Criador e cumprir o plano divino exclusivo que Deus tinha para ele.

Seu olhar reflete a desesperança, a tristeza de quem não se preocupou em crescer na virtude para o momento supremo da existência, que é o encontro com Nosso Senhor no juízo particular.

Como toda a existência de uma pessoa pode se refletir e ser percebida num olhar...!

Bem aventurada Jacinta rogai por nós, para que nos convertamos inteiramente, nos santifiquemos e nos livremos do inferno.