quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Em Defesa da Honra da Santíssima Virgem



            Até o momento em que escrevo, não tive notícia da retirada do quadro blasfemo pintado por Richa Hamilton e exposto na National Gallery de Londres.
O quadro distorce completamente uma das obras mais conhecidas do bem-aventurado Fra Angélico, a Anunciação, na qual o arcanjo São Gabriel anuncia a Nossa Senhora que Ela seria a Mãe do Messias.
Conservando o cenário original da obra, Richard Hamilton pintou uma mulher alada completamente nua representando o arcanjo, e no lugar da Santíssima Virgem também outra mulher nua, deturpando assim sacrilegamente o sentido do quadro.

              
                Durante a Paixão, Nosso Senhor Jesus Cristo suportou todas as ofensas feitas contra a Sua divina pessoa, mas em nenhum momento permitiu que tocassem em Sua Santíssima Mãe. Entretanto não hesitou em tecer duas vezes os chicotes com os quais expulsou, cheio de cólera, os vendilhões do templo. Mal posso imaginar o que teria ocorrido ao artista Richard Hamilton se Nosso Senhor, naquele período, o flagrasse pintando o seu amaldiçoado quadro.
                É indignante para qualquer católico autêntico, e de modo especial para os consagrados como escravos de amor a Nossa Senhora segundo o método de São Luiz Maria Grignion de Montfort, ver a Mãe de Deus e nossa sendo ofendida de tal maneira a propósito do acontecimento que é o fundamento da Redenção, quando Sua Honra brilhou de maneira inexcedível.
                Ademais, a Anunciação é considerada a festa dos escravos de Nossa Senhora, pois foi a ocasião em que com profunda humildade Ela proferiu a frase: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”.

Outro aspecto que deve encher de indignação o coração dos católicos é a insinuação impura colocada por Richard Hamilton em seu quadro. Sabemos que Nossa Senhora, ao ser convidada para ser a Mãe do Messias, perguntou como isso daria, uma vez que Ela estava na determinação de não violar a Sua virgindade. E só aceitou depois de o Anjo afirmar que seria por obra e graça do Espírito Santo. Existe, portanto, um abismo insondável e intransponível entre a Virgem Puríssima e a mulher despudorada do pintor blasfemo.
Onde este encontrou a inspiração para tão infeliz composição? Por que tisnar aos olhos de quantos contemplem o quadro, a altíssima elevação com a qual a Anunciação brilha para os católicos? É o primeiro mistério do Santo Rosário!
Seria ele um obcecado sexual, um sexomaníaco, um sexolatra, dessa espécie de gente incapaz de ver qualquer coisa por outro prisma que não o sexual?
Além do mais é desonesto, por deformar, usando elementos idênticos, uma obra de arte de um Bem-Aventurado que a compôs com intenção absolutamente contrária.
Nenhum católico pode desejar que alguém vá para o inferno. Mas porventura não poderá ter sido este o destino do infeliz artista?
Ficaríamos alegres em saber que ele teve uma conversão profunda e se salvou – o que não é impossível, mas muito pouco provável. Neste caso, que se dirija ao Beato Fra Angélico e lhe peça perdão pelo efeito post histórico de seu quadro, e implore a Nossa Senhora que ponha fim a tal exposição e à péssima obra que produziu.
Mas caso ele tiver recusado todas as instâncias da misericórdia de Deus e morrido ímpio, a justiça de Deus há de aumentar-lhe consideravelmente os sofrimentos como paga por tão nefando quadro contra a Santíssima Virgem.