quarta-feira, 6 de julho de 2016

Asdrubal reconhece chorando: Paulo VI tinha razão!

            Perto de casa tem uma padaria muito conhecida chamada Diana, onde costumo me refugiar da internet para tomar um café e ler um pouco. Há poucos dias estava eu mergulhado na leitura quando percebi um vulto que se aproximou. Era o Asdrubal, ministro da Eucaristia da igreja de Santa Genoveva, não muito distante.
            Eu o tinha visto várias vezes enquanto ministrando a Sagrada Comunhão, inclusive comunguei algumas vezes das mãos dele porque dá a comunhão na boca, e até para quem se ajoelha, sem a menor dificuldade. Diz ele que não compreende essa KGB eclesiástica que persegue exatamente aqueles que demonstram maior Fé e respeito para com o Santíssimo Sacramento.
            Já havia conversado com o Asdrubal uma ou outra vez na padaria mesmo, mas dessa vez ele estava literalmente transtornado. Ele sabe que eu sou um tfpista e me acha muito radical, mas, fiel à mentalidade de ouvir todos, também gosta de me ouvir, e não se considera meu inimigo. Por isso se aproximou sem preconceito e se sentou.
            Percebendo nele a aflição, as olheiras escuras, e sua limitada cultura religiosa, optei por ser caridoso com ele. Preciso antecipar que sua formação distorcida lhe incutira a falsa ideia de que o Papa é infalível em tudo, e por isso também os Bispos, pelo mesmo motivo os padres e até os sacristões. Olhou-me e foi desabafando.
            “Há muitos anos sou ministro da Eucaristia e acompanho, sem gostar muito, a “modernagem” da Igreja que está indo longe demais. Quando foi eleito Bento XVI eu achei que as coisas iam se consertar, ou pelo menos se deter. Acreditei mesmo nele. Ele fez o Motu Próprio etc. Mas, de repente, renunciou. Não entendi, eu não esperava.
            “Aí veio esse novo pontificado completamente diferente de tudo o que ensinou Bento XVI e até os outros papas. No começo fui admitindo imaginando que tudo se explicaria de acordo com o que eu aprendi sobre a Igreja Católica.
            “Mas foram sendo ditas coisas por Francisco não como ele pertencendo à Igreja, mas questionando a Igreja em tudo. Para ele Deus não é católico, os recasados podem comungar, a Igreja deve pedir perdão aos homossexuais, Lutero queria o bem da Igreja etc.
            “Ele censura a Igreja como se Ela tivesse sempre errada. Visivelmente apoia os movimentos comunistas e seus líderes que não têm nada de católico. O Stédile chegou a afirmar que “Agora nós temos Francisco. Ele acertou todas”. E, coisa que eu não entendo, não elogia os que estão certos, os que praticam os Mandamentos e apontam os erros dos desviados. Está tudo na mídia! Por que isso?” Perguntou e me olhou com os olhos marejados de lágrima.
            Em primeiro lugar Asdrubal, disse-lhe eu, a Doutrina Católica de sempre ensina que nem o Papa, nem o Bispo, nem o Padre e menos ainda qualquer leigo, são infalíveis. O Papa só o é em situações muito especiais e não nas que têm se posto. Você está certo em analisar e buscar uma explicação.
            “Mas vejo muito conflito com a nossa religião! Aliás como é mesmo aquele dito de Paulo VI que uma vez você me disse e eu achei que estava exagerado?” Disse com voz meio embargada.
    Então eu lhe repeti a conhecida frase de Paulo VI: “A partir dele [do Concilio Vaticano II] penetrou na Igreja, em proporções impensáveis, a “fumaça de Satanás”, que se vai dilatando dia a dia mais, com a terrível força de expansão dos gases. Para escândalo de incontáveis almas, o Corpo Místico de Cristo entrou no sinistro processo da como que autodemolição.”
“É isso o que estamos assistindo! Paulo VI tinha razão!” E se despediu chorando.